tolerar, que me tireis a vida, padecendo o meu crédito: porque o sagrado culto, que se lhe deve, defenderei até o último instante, que tiver este alento que respiro, pois nasci recomendando-se os brazões soberanos de meus antigos; e sou ilustrado, para que minhas ações resguardem as glórias de seus nomes, o que consiste em não consentir manchas na honra, e grandeza de ânimo, me temer só aos céus, em amparar os perseguidos, e valer aos inimigos.

Eu não sei alterar a paz, nem perturbar a posse dos Monarcas, pois o defendê-los é o primeiro encargo da mais ilustre nobreza; eu estou inocente no que falsamente me impultais, se intentais matar-me, torno a dizer-vos, que espero sem susto a morte; mas se cuidais destruir o que só conservo de meus antigos predecessores, acabarei inseparável deste lugar, lutando convosco, ó bárbaros, que determinais dar-me, afrontosa morte, pois sei que primeiro se deve entregar a vida, que conspirar contra um Soberano, e que mais que o Rei só a honra se reguarda, e assim vede o que determinais; e sabeis que a minha consorte Climinéia ignora que em Antionor se oculta Diófanes, pois eu conhecendo-a, lhe não revelei o segredo, por lhe não duplicar os sustos,