designada pelo nome de bexigas, ostentava-se nas plagas brasileiras com todo o seu cortejo de horrores. Povoações inteiras caíram vítimas desse mal hediondo, de que, ainda em mal, serviram-se os conquistadores portugueses para levar a devastação e a morte ao seio das aldeias dos míseros selvagens.
Em 1792 declarou-se a terrível epidemia na província do Rio Grande do Sul; as povoações desapareciam dizimadas pela morte, e o terror lavrava por toda parte; muitas família desamparavam seu lar, e quando pensavam que se isentavam a tão funesta influência, iam contaminadas do mal propagá-lo nos lugares ainda não infeccionados. Na fazenda ou estância do Pontal de São José do Norte, o capitão-mor Joaquim Francisco da Cunha Sá e Meneses e sua mulher dona Maria de Paula e Cunha, velavam noite e dia junto ao berço de uma filha, que apenas contava 20 meses. Com os corações dilacerados, vendo as cenas de dor e de desolação, que se passavam em todas as habitações vizinhas, pediam de joelhos e de mãos postas a Deus que preservasse da morte a sua inocente filhinha. Poupou-lhes a morte aquela existência, mas a terrível enfermidade não retirou a sua mão sem deixar o cunho de sua passagem sobre as faces da inocente menina, privando-a da vista e deixando-a mergulhada nas sombras da eterna noite!
A mísera e mesquinha tateando as trevas na maior força da luz do dia, estendia os bracinhos para seus pais e vinha lhes pedir que guiassem os seus primeiros passos.