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Do galho eivado rolará por terra!
Ainda um threno, e o vendaval sem freio
Ao soprar quebrará a ultima fibra
Da lyra infausta que nas mãos sustenho!
Tornei-me o écho das tristezas todas
Que entre os homens achei! O lago escuro
Onde ao clarão dos fogos da tormenta
Mirão-se as larvas funebres do estrago!
Por toda a parte em que arrastei meu manto
Deixei um traço fundo de agonias!...
Oh! quantas horas não gastei, sentado
Sobre as costas bravias do Oceano,
Esperando que a vida se esvahisse
Como um floco de espuma, ou como o friso
Que deixa n’agua o lenho do barqueiro!
Quantos momentos de loucura e febre
Não consumi perdido nos desertos,
Escutando os rumores das florestas,
E procurando n’essas vozes torvas
Distinguir o meu cantico de morte!