uma raça de estupidos. Este mesmo Times, este oraculo augusto, já escreveu que Portugal era, intellectualmente, tão caduco, tão casmurro, tão fossil, que se tornára um paiz bom para se lhe passar muito ao largo, e atirar-lhe pedras (textual).
O Daily Telegraph já discutiu em artigo de fundo este problema: Se seria possivel sondar a espessura da ignorancia luzitana! Taes observações, além de descortezes, são decerto perversas. Mas a verdade é que n’uma epocha tão intellectual, tão critica, tão scientifica como a nossa, não se ganha a admiração universal, ou se seja nação ou individuo, só com ter proposito nas ruas, pagar lealmente ao padeiro, e obedecer, de fronte curva, aos editaes do governo civil. São qualidades excellentes, mas insufficientes. Requer-se mais: requer-se a forte cultura, a fecunda elevação de espirito, a fina educação do gosto, a base scientifica e a ponta de ideal que em França, na Inglaterra, na Allemanha, inspiram na ordem intellectual a triumphante marcha para a frente; e nas nações de faculdades menos creadoras, na pequena Hollanda ou na pequena Suecia, produzem esse conjunto eminente de sabias instituições que são, na ordem social, a realização das fórmas superiores do pensamento.