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CARTAS DE INGLATERRA
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HARCOURT EMMANCHESTER, corria-se naturalmente a elle com curiosidade, já pelo interesse nacional, já pela sympathia que inspira Sir William, o seu nome historico, a solida pureza dos seus principios, a sua alta posição...

Imaginem-se então as scenas! Aqui é uma velha e devota duqueza, cheia de enthusiasmo pelas questões sociaes, que se aconchega na sua rica poltrona de tapeçaria, para melhor saborear a nobre oratoria de Sir William — e que de repente estaca, encara o Times, limpa as lunetas, imaginando ter lido mal, torna a percorrer o periodo, passa a mão tremula pela face, procura anciosamente o seu frasco de saes, volta ainda a verificar se a não enleia uma allucinação, e, arremessando emfim para longe a gazeta immunda, sae da sala a passos offendidos, pensando comsigo que são esses os resultado de um seculo de democracia, de materialismo e de libertinagem!

Além é um casal de noivos, que, aninhados no mesmo sophá ao pé do fogão, com os braços entrelaçados, precorrem o Times, menos para saber da questão no Egypto, do que para ler o compte-rendu de outros casamentos elegantes ou as noticias de Paris, onde tencionam ir findar a sua lua de mel; mas encontram o discurso de Sir William, dão-lhe um olhar distrahido, quando de repente lhes salta d’entre as linhas o jorro immundo das apostrophes eroticas!