com um modesto e gracioso movimento de cabeça.

— Dr. Amâncio de Vasconcelos! gritou o Coqueiro, empurrando o colega para junto das senhoras. E acrescentou, designando-as: — Minha mulher e minha irmã...O amigo já sabe que são duas criadas que aqui tem às suas ordens!

Amâncio agradecia, desfazendo-se em reverências e apertando as mãos de ambas, todo vergado para a frente, as faces incendiadas pela comoção daquela primeira visita.

— Põe-te à vontade, filho! disse-lhe Coqueiro, com ar quase de censura. — Olha uma cadeira. Senta-te!

E tirando-lhe a bengala e o chapéu das mãos: — Aqui estás em tua casa! Minha gente não é de cerimônias!

Entretanto Mme. Brizard o tomava a si com perguntas: — Há quanto tempo havia chegado; de que província era filho; se tinha saudades da família; se gostava do Rio de Janeiro; que tal achava as fluminenses, e se já estava embeiçado por alguma?

E vinham os risos exagerados e sem pretexto, de quando se deseja agradar visitas.

O provinciano respondia a tudo, inclinando a cabeça, procurando armar bem a frase e fazendo esforços para se mostrar de boa educação. Ia-lhe já fugindo o primitivo acanhamento e as palavras acudiam-lhe à ponta da língua, sonoras e fáceis.

— Não tenho desgostado da Corte, dizia a brincar com a sua medalha da corrente — mas, confesso, esperava melhor... Lá de fora, sabe V. Excia.? a coisa parece outra. Fala-se tanto do Rio!... Pintam-no tão grande, tão bonito, que o pobre provinciano, ao chegar aqui, logo sofre uma terrível decepção!... Pelo menos comigo foi assim!