— O Sr. Vasconcelos já visitou os arrabaldes?... perguntou Mme. Brizard muito delicadamente.

— Ainda não, minha senhora. Apenas fui a Botafogo, de passagem, para entregar uma carta; mas, tenciono percorrê-los, todos, na primeira ocasião.

E Amâncio olhava a espaços Amélia, que parecia muito preocupada com o trabalho.

— Pois suspenda esse juízo a respeito do Rio, até que conheça os arrabaldes, acrescentou a dona da casa. — Só por eles se poderá julgar o quanto é bela e grandiosa esta cidade! Oh! A natureza do Brasil! não há coisa nenhuma que se lhe possa comparar!...

E fitando-o, depois de um gesto de entusiasmo:

— Para um espírito contemplativo e apaixonado, essa esplêndida natureza vale por todas as maravilhas da velha Europa!

— V. Excia. parece gostar muito do Brasil...

— Habituei-me a isso com o meu segundo marido... ele era louco por este país! Quantas vezes, depois que caiu doente e que os médicos lhe recomendaram que viajasse, quantas vezes não o aconselhei a que liquidasse aqui os seus negócios e fôssemos viver para a Europa... Já não havia sombra de perseguição política (porque foi uma perseguição política que o atirou no Brasil), não havia razões, por conseguinte, para não voltar à pátria, não havia razões para se deixar morrer aqui, como morreu!... Pois bem: sabe o senhor o que ele me respondia sempre? Dizia-me: "Bebê." (Era assim que me tratava). "Bebê, compreendes um homem apaixonado por uma mulher, a ponto de não a poder deixar um só instante? compreendes um escravo, um cão?... assim sou eu por esta natureza. Não a posso abandonar! — estou apaixonado, louco!" Entretanto, — veja o Dr.! — Hipólito, aqui nunca foi devidamente