Foi para o lavatório cantarolando; o sono completo da noite fazia-o bem disposto e animado.

Mal acabava de preparar-se quando bateram de leve na porta. Era uma mucamazinha, que já na véspera lhe chamara por várias vezes a atenção durante o jantar.

Teria quinze anos, forte, cheia de corpo, um sorriso alvar mostrando dentes largos e curtos, de uma brancura sem brilho.

Vinha saber se o Dr. Amâncio queria o café antes ou depois do banho.

Amâncio, em vez de responder, agarrou-lhe o braço com um agrado violento e grosseiro.

Ela pôs-se a rir aparvalhadamente.



Às dez horas, ao terminar o almoço, estava já resolvido que o rapaz, naquele mesmo dia, se mudaria definitivamente para a casa de pensão.

Com efeito, pouco de pois, no escritório de Campos, dizia a este, cheio de maneiras de pessoa ajuizada, "que afinal descobrira em casa da família de um amigo o cômodo que procurava". Agradeceu muito os obséquios recebidos das mãos do negociante, desculpou-se pelas maçadas que causara naturalmente e pediu licença para despedir-se de D. Maria Hortênsia.

Campos, logo que soube qual era a casa de pensão de que se tratava, aprovou a escolha, citou pessoas distintas que lá estiveram morando por muito tempo, e recomendou ao estudante — que lhe aparecesse de vez em quando; que não se acanhasse de bater àquela porta nas ocasiões de apuro, porque seria atendido, e, afinal, perguntou se Amâncio queria receber a mesada, já ou mais tarde.

— Como quiser... respondeu o provinciano, sem ter,