aliás, a menor necessidade de dinheiro. E foi embolsando a quantia.

D. Maria Hortênsia recebeu-o com muito agrado. A irmã não estava em casa.

Conversaram.

Ela sentia que Amâncio se retirasse assim tão depressa; — mas, quem sabe? talvez não se desse bem ali; não fosse tratado como merecia...

O estudante protestava, jurando que não podia ambicionar melhor tratamento do que lhe dispensaram; reconhecia, porém, que já causava muito incômodo, e por conseguinte devia retirar-se. Não queria abusar.

Hortênsia afiançava e repetia que ele não dera incômodo de espécie alguma. — Tudo aquilo era feito com muito gosto!

Agora parecia mais familiarizada com o provinciano. Chegou a dirigir-lhe gracejos; disse, com um sorriso de intenção, que "sabia perfeitamente o que aquilo era! O que eram rapazes! — Não se queriam sujeitar a certo regime; só lhes servia pagodear à solta! Enfim!... tinham lá a sua razão... Se ela fosse rapaz faria o mesmo, naturalmente!".

Amâncio estranhou que tais palavras viessem de que vinham, e, não querendo perder a vaza, retorquiu com febre: "Que Hortênsia estava enganada a respeito dele, que não o conhecia! Se, à primeira vista ele parecia um pândego ou um sujeito mau, não o era todavia no fundo! Ninguém amava tanto a família; ninguém! desejava o lar com tanto ardor e com tanto desespero! Oh! que inveja não tinha de Campos!... que inveja não tinha de todo o homem, a cujo lado enxergava uma esposa bonita e carinhosa!..."

Hortênsia agradeceu com um sorriso.

— Oh! Quanto fora injusta!... prosse