vontade de rir. Dir-se-ia que Amâncio a todos comunicava o seu fastio e o seu cansaço.

Só pela sobremesa Dr. Tavares narrou, como de costume, algumas anedotas jurídicas que presenciara na província. Uma delas tinha referência a uma certa velha que fora aos tribunais por haver desancado as costelas do genro.

Mme. Brizard tomou a defesa das sogras, e aproveitou a ocasião para falar no marido de sua filha mais velha.

— Vai muito da educação e também um pouco do costume em que a gente os põe!... acrescentou ela autoritariamente. — Mas, genro, não queria que houvesse outro como o defunto marido de Nini. — Era um perfeito cavalheiro! Mme. Brizard nunca lhe vira a cara fechada, nem lhe surpreendera um gesto mais arrevesado. Ele só a chamava, a ela, de "mãezinha"; sempre lhe trazia guloseimas da rua, e, aos domingos, pela manhã, dava-lhe um beijo na testa, impreterivelmente! — Ah! Era uma santa criatura!

Nini suspirou e pôs-se a chorar em silêncio.

— Agora temos choro!... pensou Amâncio com tédio.

Nini, como se adivinhara tal pensamento, olhou para ele e pediu perdão com um sorriso, ainda mais triste que o choro.

— Eu sou aqui da opinião do Sr. Amâncio de Vasconcelos... disse o gentleman a Mme. Brizard, em tom discreto.

Mme. Brizard não sabia, porém, do que tratava Lambertosa.

— Ah! volveu este. — Refiro-me ao que avançou anteontem o nosso ilustre companheiro, e indicou Amâncio com um gesto — que avançou a respeito da vantagem que um novo casamento traria, sem dúvida, à senhora sua filha.