— Obrigado! muito obrigado! Fico prevenido. De hoje em diante não acontecerá outra!

— E agora, compreendes a razão por que não me convinha ficar embaixo, no gabinete?... concluiu Amâncio.

— Oh!... Isso, porém, não era motivo para que deixasse o seu gabinetezinho... Eu daria as providências necessárias!...

— Não, filho, nestas questões de família sou muito rigoroso. E agora, o que está feito, está feito! Vou para o segundo andar; é até mais fresco!...

E, depois de ainda algumas ligeiras considerações sobre o mesmo assunto, os dois rapazes trocaram comovidos um enérgico aperto de mão e desceram juntos à chácara, onde, debaixo das latadas de maracujá, os esperavam as senhoras, palestrando em familiar camaradagem.



Dias depois, quando Amâncio já estava transferido para o n.º 6, do segundo andar, chegaram às mãos duas cartas; uma de sua mãe, outra de seu pai.

Era a primeira vez que o velho Vasconcelos se dirigia ao filho em carta especial.

Abriu logo a de Ângela, sofregadamente, e a imagem da santa, que as últimas agitações da vida do rapaz haviam nublado por instantes, como nuvens que escondem uma estrela guiadora, mal começou a leitura, ressurgiu inteira e lúcida à memória dele.

A boa mãe queixava-se de que o filho, ultimamente, já lhe não escrevia com a mesma assiduidade e com a mesma expansão: "Que significava semelhante mudança? Donde vinha aquela reserva? por que aqueles bilhetes tão apressados, quase telegráficos?"... perguntava ela com a sua letra redonda e um pouco trêmula. "Por que