Coqueiro. — Ele, coitado, é até homem de bons costumes...

Todos concordaram nesse ponto, e o hoteleiro, uma vez capacitado de que a peste da Catarina não abria a porta ao marido, carregou com este para o quarto que Lambertosa acabava de despejar.

— Diabo! resmungou, deixando-o cair sobre a cama. — Hóspedes que só dão de lucro estas maçadas!

Resolveu-se que seria o copeiro quem acompanharia o enfermo durante o resto da noite. O médico recomendara que dessem o remédio de três em três horas. Lúcia lamentou que, justamente nessa ocasião, a sua Cora estivesse em Cascadura ajudando a uma amiga a morrer, porque ao contrário Amâncio não teria outra enfermeira. "Ah! não havia como aquela mulata para tratar de um doente!"...

Mas o copeiro assumiu o posto que lhe designaram, e cada um se recolheu ao competente dormitório. Catarina ainda rabujou sozinha por um tempo; Paula Mendes caiu num sono de chumbo, e a casa foi pouco a pouco se atufando nas brumas silenciosas da noite.

Só então, de tão fracos que eram, ouviam-se os bufidos cavernosos do tísico que, no triste abandono de sua miséria, continuava a gemer, sufocado pela dispnéia.

O desgraçado já não tinha forças para sair à rua. A sua moléstia entrara no segundo período; cresciam-lhe as dores do peito e apareciam-lhe agora, pela madrugada, acessos febris, acompanhados de suores frios e gordurosos.

A magreza desnudara-lhe os ossos, e os alimentos faziam-lhe repugnância. Como era muito pobre, ninguém se interessava por ele; os criados serviam-no mal e a