duas estantes, um velador e seis cadeiras; tudo de mogno e trabalhado a gosto moderno.

Estes arranjos pediam outras coisas; escolheram-se também dois quadros para o intervalo das portas, um belo espelho de parede, um relógio de pêndulo, tapetes, capachos e escarradeiras.



Coqueiro, muito empenhado na condução dos trastes, havia-se afastado alguns passos de Amâncio, quando este sentiu baterem-lhe no ombro.

Era Paiva Rocha.

— Oh! exclamou, satisfeito com o encontro. — Como vais tu? Há quanto tempo não nos vemos!... Que é feito de ti?

— Ai, filho, apoquentado! respondeu Paiva. Ultimamente tem sido uma enfiada de coisas más!... Há dois meses que não recebo dinheiro do correspondente; tinha aí um lugar de revisor numa folha e os ladrões passaram-me a perna em mais de duzentos mil-réis; além de que, a besta do diretor lá da escola lembrou-se agora de exigir uma infinidade de maçadas e obrigar-nos a despesas impossíveis! O diabo!

E, mudando de tom, perguntou como ia Amâncio; onde se metera, que ninguém o via?

O outro prestou contas de sua vida, expôs os pormenores de sua moléstia, falou nos incômodos que dera à família de Coqueiro, principalmente D. Amélia, que, por sinal, era uma excelente menina.

— Maganão!... disse o comprovinciano, esbarrando-lhe intencionalmente no braço.

Amâncio repeliu com febre aquela insinuação. O colega fazia uma tremenda injustiça, tanto a ele, Amâncio, como à pobre rapariga!