linda menina e de educação esmeradíssima. Já há que tempos a pedira!... Só esperava que a casa, onde trabalhava desde os seus quinze anos, desse sociedade, como, aliás, havia já prometido. — Ah! Toda a sua ambição era fazer família! Quer vidinha melhor que a do casado?... o matrimônio era um complemento do homem... A gente enquanto moço não sentia a falta da esposa, mas depois... quando chegasse a velhice?... Aí é que seriam elas! Não! não podia admitir um eterno celibato!... A vida de solteiro tinha seus encantos, tinha, para que negar?... os espinhos, porém eram em maior número; se eram!...

E citava os casos.

Amâncio retirou-se da varanda, sufocado de raiva. Preferia esperar no quarto.

Deu doze horas. Amelinha pediu licença e também se recolheu. Mme. Brizard, à cabeceira da mesa, já bocejava, entretendo os dedos a fazer pílulas das migalhas de pão que ficaram do chá; o marido, ao lado dela, estudava mecânica racional.

Veio finalmente o copeiro levantar a mesa e buscar César para a cama. O guarda-livros apertou as mãos de todos e sumiu-se; o sujeito dos partido liberá, a despeito das insistências do amigo, despediu-se igualmente e, quando o advogado, que o fora acompanhar até o portão da chácara voltou à varanda, já não encontrou ninguém.

Em pouco a casa era toda silêncio e trevas. Então, Amelinha deixou o quarto sorrateiramente, tirou as botinas, apanhou as saias e galgou a escada do sótão.

Amâncio, que a esperava na porta, logo que a teve ao alcance da mão, puxou-a para dentro, e deu uma volta à fechadura.