curiosos, o pescoço espichado, a boca aberta, o calcanhar suspenso.
— Amâncio da Silva Bastos e Vasconcelos, disse aquele arrastando a voz.
Amâncio sentiu uma pontada no coração e tartamudeou:
— Presente.
Os companheiros, que lhe ficavam por diante, arredaram-se logo, dando-lhe passagem, e ele foi ocupar uma das banquinhas que havia na sala.
A chamada ainda durou algum tempo, porque Amâncio era dos primeiros; afinal, o bedel mastigou o último nome; fechou-se a porta da sala; e um silêncio formalista espalhou-se entre a turma dos estudantes e o grupo dos examinadores.
O presidente da mesa tomou a lista dos examinandos, arranjou os óculos, tossicou e, com um bocejo, chamou pelo que estava em primeiro lugar.
Um rapazote louro, de buço, ergueu-se e foi ter com ele. O presidente, com um segundo bocejo e um gesto de cabeça, ordenou-lhe que tomasse um dos pontos da urna.
Amâncio ofegava. — Ia decretar-se o ponto!
— Qual seria?... E se, por caiporismo, fosse justamente um dos mais crus?
E o sangue trepava-lhe à cabeça, pondo-lhe latejos nas fontes.
O rapazote louro meteu enfim a mão na urna e tirou com as ponta dos dedos trêmulos uma pequena torcida de papel, que passou ao presidente.
Este desenrolou-a e leu: "Hidrogênio".
Amâncio respirou: o ponto não podia ser melhor para ele do que era! talvez fosse até entre todos o menos mal sabido; ainda essa manhã lhe passara uma vista de olhos. Contudo,