uma vez imposto o Hidrogênio, quis lhe parecer vagamente que havia outros pontos preferíveis.
Estava, porém, mais tranquilo, que era o principal; já quase nada lhe tremia a mão ao receber das do bedel uma folha de papel almaço, rubricada pelos lentes, das que ia aquele distribuindo por todas as banquinhas dos examinandos.
— Ali, naqueles miseráveis dois vinténs de papel, tinha ele de determinar o seu futuro, a sua posição na sociedade, talvez a própria vida de sua mãe, dizendo o que sabia a respeito do tal Hidrogênio!...
Experimentou a pena, endireitou-se na cadeira, e escreveu, caprichando na letra e procurando obter estilo.
A areia da ampulheta esgotava-se defronte da calva e dos bocejos do senhor presidente. Correu meia hora; Amâncio ergueu-se afinal, entregou a sua prova e saiu da sala, a esfregar, muito preocupado, os dedos da mão direita contra a palma da esquerda.
À porta, mal acendera sofregamente o cigarro, contava já aos amigos o que havia exposto pouco mais ou menos. — Ah! com certeza pilhava uma — nota boa! — Não era por querer falar, mas a sua prova saíra limpa. "Assim não fosse o ponto tão ingrato!..."
E ficaria a prosar sobre o caso, se Coqueiro, aguilhoado pela ausência do almoço, não o arrancasse dali.
A nota foi boa, efetivamente.
Soube-o Amâncio no dia seguinte, logo que correu à secretaria. Não contava, porém, ficar tranquilo, senão depois do resultado de sua prova oral.
Novos sobressaltos foram se agravando durante os dias que era preciso esperar. Voltavam-lhe as aflições; no fim de algum tempo já não podia comer, não podia