movimento de traços erguidos que lhe mostrava a grenha das axilas; ele, também, parecia não dar por isso, era todo do livro que lia à luz de uma vela pousada no criado-mudo.

E os assuntos de suas conversas materializavam-se completamente. Já só discutiam interesses práticos, arranjos de vida e conveniências domésticas: "Era preciso arranjar um jardineiro, que viesse uma vez por semana cuidar das plantas e limpar os tanques. — Era preciso chamar o homem do gás para consertar tal candeeiro que não dava boa luz. — Era conveniente alugar uma criada que soubesse lavar; porque a ladra da lavadeira trocava as camisas e encardia a roupa, que fazia lástima!"

E, às vezes, na intimidade dessas conversas, criticavam os atos de Mme. Brizard e de Coqueiro; censuravam-lhe umas tantas coisas, como, por exemplo: a negligência destes para com César. "O pequeno ia por um tal caminho, que, se não abrissem os olhos, havia de amargar mais tarde! — Que diabo custava ao Janjão arranjá-lo aí em qualquer casa de comércio ou, pelo menos, fazê-lo aprender um ofício?... Em casa mesmo já lhe podiam ter metido nas unhas a carta do ABC e já lhe podiam ter ensinado alguma coisa... Mas Loló não se queria incomodar! E senão, vissem o que se passava a respeito de Nini; outra fosse a boa da mãe, que a pobre rapariga não levaria semanas e semanas lá na casa de saúde, sem ter uma pessoa que olhasse por ela."

Eram sempre deste teor os motivos de sua conversa. Amélia, não obstante, fazia-lhe muito ligada aos menores interesses do amigo: queria saber o que ele gastava por fora, com quem estivera; reprovava-lhe certas relações, certas companhias "que não punham