tem sobre ele domínio de espécie alguma! O maroto já não pensa nela, é todo da Hortênsia!

— E que tem isso? O que tem que ele farisque a Hortênsia? Está no seu direito — é moço, tem dinheiro!

— Ora essa!... exclamou de novo Coqueiro, ainda mais indignado que da outra vez. — O que tem isso?!...

E cruzando os braços:

— É muito boa!...

Mas tornou logo:

— Tem, que ele deve uma reparação à minha irmã! Tem, que ele, apaixonado pela Hortênsia, pode virar as costas à pobre menina e abandoná-la no estado em que a pôs! — desonrada, perdida! "Que tem isso?!" Ora faça-me o favor!

— Tolo! disse a francesa com um riso cheio de filosofia, cuja tranquilidade contrastava com as irritações do marido. — Tolo! Bem que se vê que não conheces os homens!... Pois acredites lá que o Amâncio despreze a rapariga por ter agora um capricho pela outra?... Não sabes que a única mulher capaz de prender o homem é aquela com quem ele convive dia e noite; aquela com quem ele se habituou; aquela que já lhe conhece as fraquezas, os ridículos, as pequeninas misérias da intimidade?! Abandoná-la!... Digo-te mais: — Hortênsia é até necessária! Deixa que ele a persiga, que ele a conquiste à força de mil sacrifícios e de mil sofrimentos; deixe que ele a possua, que a tenha inteira na mão! Deixa, porque ele há de voltar, e voltar farto!... Meu amigo, paixão é fogo de palha! — não dura! Nas ocasiões de fadiga e abatimento é com o amorzinho de casa que a gente se acha! E, fica então sabendo que, para um homem amar deveras uma mulher, é preciso que ele se tenha já desiludido com muitas outras! Tristes de nós, se assim não fosse! Há maridos que, ao voltar