recebera em uma das principais folhas diárias de sua província a seguinte notícia:

"MARANHENSE DISTINTO. — Acaba de fazer brilhantemente o primeiro ano de seu curso na Escola de Medicina na Corte o nosso talentoso comprovinciano, Amâncio da Silva Bastos e Vasconcelos, filho do há pouco falecido e sempre chorado Comendador Manuel Pedro de Vasconcelos, um dos mais estimados negociantes que foi desta praça. Enquanto não podemos pessoalmente abraçar o digno jovem e esperançoso discípulo de Hipócrates, apressamo-nos a enviar-lhe daqui os nossos sinceros parabéns, futurando em S. S., mais uma glória legítima para a nossa Atenas, já tão rica, aliás, em talentos privilegiados!"



Ninguém poderá imaginar o efeito que produziram tais palavras no espírito presunçoso de Amâncio. Era a primeira vez que ele via o seu nome em letra redonda, seguido de alguns adjetivos laudatórios.

Por detrás daquela notícia pressentia o rapaz um paraíso de novas considerações que o esperava na província; antevia o sorriso das damas, a reverência dos pais de família e a inveja dos ex-colegas do Liceu.

— Não! não podia deixar de ir. O Maranhão, naquele momento, e por todos os motivos, representava para ele uma necessidade urgente. — Havia de meter a cabeça e varar por quantos obstáculos se lhe antepusessem.



Amélia ficou estonteada quando o amante lhe deu parte dos seus projetos de viagem, tão calmo e resoluto foi o tom em que o fez; mas, voltando do primeiro choque, rompeu um grande pranto e atirou-se de bruços na cama, soluçando muito aflita. "Que era uma desgraçada!