Mas, na ocasião em que se apeava, um tipo mal encarado, olhou por cima dos óculos, a barba grisalha, um tom geral de porcaria no seu velho fato de pano preto, nas suas botas acalcanhadas, no seu chapéu de pêlo cheio de manchas amarelas, aproximou-se dele e, com uma voz enxuta e morfanha, intimou-o "a comparecer imediatamente em presença do delegado de semana na secretaria de polícia". Era um oficial de justiça.

— Mas que desejam de mim... perguntou o estudante, empalidecendo e procurando o Paiva com os olhos. — Eu não tenho nada com a polícia!

E recuou dois passos.

— O senhor está intimado! repetiu secamente o outro, e, em voz baixa, disse a dois sujeitos que se haviam adiantado: — Cerca! cerca o homem!

Então aqueles avançaram logo, jogando o corpo num pé só, o chapéu para trás, um grosso porrete na mão.

— Comigo é onze! exclamou um deles, muito canalha, a cuspilhar para os lados.

— Mas, por que me prendem?!... perguntou o estudante, sentindo-se tolhido.

— São coisas!... responderam-lhe, fazendo-o entrar no carro.

Amâncio ainda procurou descobrir Paiva; depois, azoinado pela gentalha que se reunia em torno dele, saltou para a almofada, perseguido sempre pelos três sujeitos.

O oficial segredou alguma coisa ao cocheiro, e o carro deu volta e rodou em sentido contrário ao cais.

Amâncio cobriu o rosto com o lenço e principiou a soluçar.