Amâncio chegou à república muito indisposto. Quase que não dava conta dos quatro lances de escada que a precediam.
Também foi só chegar e atirar-se à primeira cama, gemendo e resbunando ao peso de uma grande aflição. Estava mais branco do que a cal da parede; o suor escorria-lhe por todo o corpo; respirava com dificuldade, a abrir a boca e a retorcer os olhos.
— Então? disse Paiva, batendo-lhe no ombro.
— Mal! respondeu Amâncio, sem levantar a cabeça, que deixara cair sobre o peito. E com um gesto pediu água.
— Isso passa! afiançou o colega, entregando-lhe o púcaro cheio. Estás é com um formidável pifão.
E riu-se.
— Eu quero vomitar! exclamou Vasconcelos, apressado pela agonia, e mal teve tempo de erguer o rosto.
— És um fracalhão! ponderou o companheiro, amparando-o pela testa — Que diabo! quem não pode com o tempo não inventa modas!
Amâncio não respondia: os engulhos vinham-lhe uns sobre os outros.