estivesse o que ele procurava — um cômodo limpo, confortável, um pouquinho de luxo, e plena liberdade. Talvez aceitasse o convite.
— Esta gente onde está? perguntou, indicando o andar de cima a um caixeiro que lhe apareceu no corredor com a sua calça domingueira, cor de alecrim, o charuto ao canto da boca.
— Foram passear ao Jardim Botânico, respondeu aquele, descendo as escadas.
— Todos? ainda interrogou Amâncio.
— Sim, disse o outro entre os dentes, sem voltar o rosto. E saiu.
— Está resolvido! pensou o estudante. — Vou à casa do Coqueiro. Ao menos estarei entretido durante esse tempo!
E voltando ao quarto:
— Não! É que tudo ali em casa do Campos já lhe cheirava mal!... Olhassem para o ar impertinente com que aquele galeguinho lhe havia falado!... E tudo mais era pelo mesmo teor. — Uma súcia de asnos!
Começou a vestir-se de mau humor, arremessando a roupa, atirando com as gavetas. O jarro vazio causou-lhe febre, sentiu venetas de arrojá-lo pela janela; ao tomar uma toalha do cabide, porque ela se não desprendesse logo, deu-lhe tal empuxão que a fez em tiras.
— Um horror! resmungava, a vestir-se, furioso sem saber do quê.
— Um horror!
E, quando passou pela porta da rua, teve ímpetos de esbordoar o caixeiro, que nesse dia estava de plantão.