chegou á casa da mãi do Sol. Entrou e disse ao que ia. A mãi do Sol a tratou muito bem; disse que não sabia onde era aquella terra; mas seu filho havia de saber, porque andava muito; o que tinha era que quando vinha para casa era muito zangado, queimando tudo, e que ella se escondesse bem. Assim foi. Quando o Sol veiu, foi aquele quenturão de acabar tudo, e dizendo: «Aqui me fede a sangue real, aqui me fede a sangue real!» A mãi o enganou dizendo que tinha sido uma gallinha que tinha preparado para o jantar. O Sol tomou seu banho e se desencantou n'um bello principe. Na mesa a mãi lhe disse: «Meu filho, se aqui viesse uma peregrina, perguntando por uma terra, tu o que fazias?» — «Mandava entrar e tratava muito bem.» A moça appareceu e disse o que queria. O Sol lhe respondeu que nunca tinha ouvido fallar em similhante terra, que só o Vento Grande poderia saber d'ella, porque andava mais do que elle. — A moça se despediu, e, na sahida, o Sol lhe deu uma gallinha de ouro, com uma ninhada de pintos todos de ouro, e vivos e andando. A moça seguiu viagem e foi ter, depois de muito trabalho, á casa do pai do Vento Grande. Lá chegando disse ao que ia, e o velho pai do Vento Grande respondeu que não sabia; mas que seu filho havia de saber, o que tinha era que, quando vinha, era como doido, botando tudo abaixo, e que a moça se amarrasse bem n'um esteio da casa. Assim ella fez. O Vento Grande quando veio chegando era aquele zoadão, que fazia medo, botando muros e telhados abaixo, e dizendo: «Aqui me fede a sangue real!» — «Não é nada, meu filho, foi um capão para nossa ceia.» Assim o velho foi enganando até que elle tomou o banho e se desencantou n'um moço muito bello. Na mesa o pai lhe disse: «Se aqui viesse uma peregrina, tu o que fazias?» — «Mandava entrar e tratava bem.» A moça appareceu e disse o que queria. O Vento Grande respondeu: «Ô chente! ainda ago-