O COPO
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Por ver a casa assim, cheia de estranhos;
Porém a filha do casal, Ritinha,
Que dezesete primaveras tinha,
Passava o anno inteiro desejosa
De que chegasse a noite venturosa
Do vinte e tres de junho.

Nas approximações da festa havia
Em casa muito faina
Do brasileiro cunho;
Tanto davam ás mãos, como ás idéas,
Afim de preparar a comesaina
Com que o bandulho aquella gente enchia.
Eram doces de vinte variedades,
Pudins, bolos, compotas e geléas,
Pitéos de forno em grandes quantidades
E não menos modesta
Era a abundancia de bebida: havia
Cervejas, vinhos e licores finos:
Anisette, Cacáo, Benedictinos!

Mas a maior despeza dessa festa
Era a que o João fazia
Enchendo um grande quarto de bichinhas,
Bombas, pistolas, buscapés, rodinhas,
E o mais que tem creado o interessante
Engenho pyrotechnico. Centenas
Havia de balões, que a cada instante,
Magestosos, inchados, atrevidos,
Subiam do ar ás regiões serenas,