criptografia na rede; e pessoas podem ser cypherpunks através de ações cipher-ativistas, como aqueles/as que se dedicam, em redes colaborativas, a oferecer oficinas sobre o uso de ferramentas de criptografia, organizações que defendem a criptografia em processos judiciais ou indivíduos que alimentam o GitHub com linhas de código que tornam mais resilientes arquiteturas de segurança com criptografia.

Se “cypherpunks estão ativamente engajados em fazer redes mais seguras para a privacidade”, como diz Hughes no terceiro texto dessa coletânea, seria possível ainda arriscar e dizer que certas legislações também carregam uma dimensão cypherpunk, a exemplo do Marco Civil da Internet (MCI), um modelo de regime legal sobre o uso da Internet no Brasil, construído democraticamente, em longo processo consultivo com distintos setores da sociedade e cuja fundação sedimenta o direito à liberdade de expressão, a privacidade e o sigilo das comunicações na rede. Não à toa, a observação das regras do MCT[1] tem sido fundamental para afastar as tentativas de bloqueio de aplicativos com criptografia ponta-a-ponta no pais.

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  1. Bem como do Decreto que o regulamenta (Decreto nº 8771/2016), que estabelece a criptografia como recurso necessário à garantia da inviolabilidade dos dados pessoais sob responsabilidade de provedores de conexão e aplicação.