12 DOM JOAO VI NO BRAZIL

nar a liberdade mesmo de firmar ajustes de paz sem previo assentimento da Inglaterra.

Em 1796 retirou-se Portugal da coalisao e aproveitou o armisticio de Leoben no anno immediato para tratar com o Directorio os seus ajustes. A situagao tornara-se critica e qualquer solucao parecia encerrar graves perigos. Logo que a Hespanha declarara a guerra a Gra Bretanha, exigira que Portugal fizesse causa commum com ella e com a Franga, sob pena de castigal-o, chegando para tal fim a reunir-se um exercito castelhano na fronteira luzitana. Portugal prepa- rou-se naturalmente para resistir a insolita pretencao, con- fiando a direcgao das suas forgas mflitares ao Principe de Waldeck, ao mesmo tempo que o almirante Jarvis (lord St. Vincent) entrava com sua esquadra no Tejo no intuito de proteger Lisbca, para este fim desembarcando as tropas inglezas que vinham da Corsega. Apezar de todos os prepa- rativos bellicos nao cessava entretanto o gabinete portuguez de occupar-se da paz com a Franca, si bem que sem querer annuir as imposigoes francezas qu,e a condicionavam (i).

As negociacoes logo iniciadas em Madrid sob o influxo do principe da Paz e as ulteriores negociagoes habilmente conduzidas por Antonio de Araujo (future conde da B<arca e entao ministro na Hollanda) em Pariz deram em resultado um tratado assignado a 20 de Agosto de 1797 com o minis tro das Relacoes Exteriores Delacroix. Estas negociagoes tinham sido difficultadas e ate interrompidas pelo justo de- sejo da corte de Lisboa de permanecer fiel a amizade bri- tannica, sem todavia por isso incorrer no desagracio da Franca ou suscitar a violencia da Hespanha, mas o diplomata portuguez lograra aproveitar-se da necessidade de dinheiro

��(1) F. Schoell, Hintoire des traitcs dc paix, Tomo V.

�� �