724 DOM JOAO VI NO BRAZIL
facil execugao, a Gra Bretanha favorecia e bem de ver os seus proprios interesses, que a Franga procurava contrariar no espirito do antagonismo reinante entre as duas nagoes, ao mesmo tempo que buscava implantar no Prata a sua supre- macia moral, protectora de proveitos positives.
A solucao monarchica nao era realmente acolhida no Rio da Prata senao como uma cousa preferivel a recoloni- zagao, em todo caso muito inferior a completa emancipa- gao. Abonaria a perspicacia de Palmella - - si outros tantos factos a nao comprovassem de sobejo o nao haver desde principio acreditado na sinceridade realista de D. Valentin Gomez e de Rivadavia, os quaes, ao que se propalara, anda- vam trabalhando na Europa por aquella solugao; de facto pugnando principalmente pelo reconhecimento da indepcn- dencia da republica organizada em Buenos Ayres. Uma prova esta em que o conego Gomez, quando conferenciou
em Junho de 1819 com Palmella e Marialva acerca da fun- dagao da monarchia portenha, recusou tomar a iniciativa da proposigao respectiva, quer junto do governo hespanhol, quer mesmo junto das potencias allia-das: o que pode nao ex- cluir sua lealdade, mas certamente nao traduz o seu afan pela missao de que vinha apparentemente encarregado (i).
Outras circumstancias mais pelejavam contra o piano de creacao de monarchias hispano-americanas, afagado pela corte do Rio no intento mais que tudo de extinguir em redor do Brazil o espirito republicano que se antevia nocivo ao Reino brazileiro. A Hespanha rejeitara na sua contenda com as colonias revoltadas a intervencao amigavel de Wel lington, mediador para esse fim escolhido pelas grandes potencias. Achava-se portanto, em conformidade dos ajustes
��(1) Corresp. reservada de Palmella, ibidem.
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