DA MINHA ALMA.
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Tu és adorada d’aquelles que devem
Pungentes angustias no seio occultar;
D’aquelles que contam somente por dita
Poderem bem livres á dor se entregar.

A voz agoureira das aves nocturnas,
Aos sons doloridos do mar gemebundo,
Ai! como respondem suspiros do afflicto,
Que sem esperanças reside no mundo!

Teu ar merencorio, ó noite querida,
Agrada infinito ao meu coração;
Que as tristes ideias, que a mente me occupam,
Casar melhor vejo co’a tua soidão.

Emquanto os mais entes, felizes, desfructam
O brando repouso que dá-lhes Morpheu,
Eu vélo, e medito nas magoas acerbas
De que a desventura meus dias encheu.

Só tu testemunhas o pranto de angustia,
Que extremo infortunio me faz derramar;
Só tu me tens visto da morte invocando
O unico allivio, que posso alcançar.