Página:Einstein e sua famosa fórmula E = mc².pdf/4

Einstein e sua famosa fórmula
O. F. Piatella

energia do corpo após a emissão da luz, medida em relação ao sistema () [respectivamente em relação ao sistema ()]. Assim obtemos, através o uso da relação dada acima:

,

(2)

.

(3)

Por subtração, obtemos a partir dessas equações:

.

(4)

Ambas as diferenças de que aparecem nesta expressão têm significados físicos simples. e são valores de energia do mesmo corpo, referindo-se a dois sistemas de coordenadas em movimento relativo um em relação ao outro, enquanto o corpo permanece em repouso em um dos dois sistemas [o ()]. É portanto claro que a diferença pode diferir da energia cinética do corpo referida ao outro sistema [o sistema ()] apenas por uma constante aditiva , que depende da escolha da constante aditiva arbitrária das energias e . Podemos, portanto, estabelecer:[1]

,

(5)

,

(6)

já que não muda durante a emissão de luz. Então, tempos:

.

(7)

A energia cinética do corpo em relação a () diminui devido à emissão de luz, e de uma quantidade que não depende em nada das características do corpo. Além disso, a diferença depende da velocidade da mesma forma que a energia cinética do elétron depende dela (l. c. § 10).

Negligenciando as quantidades da quarta ordem e acima, podemos estabelecer:[2]

.

(8)

Desta equação segue imediatamente que se um corpo libera uma energia sob forma de radiação, a sua massa diminui de . A respeito disso, é claramente desnecessário que a energia retirada do corpo se transforme em energia de radiação, de modo que somos levados à seguinte conclusão geral:


  1. Nota do tradutor. Esse é um dos pontos do trabalho de Einstein que foi bastante criticado por vários autores. Definindo a energia cinética de um corpo extenso (assim como de uma partícula) como a diferença entre a energia num estado de movimento e a energia de repouso, essa poderia ser uma função da velocidade diferente daquela do caso de uma partícula. De fato, não é garantido, e tem que ser provado, que a energia cinética de um corpo extenso e a de uma partícula sejam a mesma função da velocidade. Isso é devido ao fato que um corpo extenso pode ser formado de muitas partículas que se movimentam de forma relativística.
  2. Nota do tradutor. Esse é o ponto mais criticado do argumento de Einstein, pois a eficácia dessa demonstração de é fortemente limitada por essa aproximação de baixas velocidades
Cadernos de Astronomia, vol. 3, n◦2, 144-148 (2022)
147