Ante o rapido Simois, de Ilio ás abas,
O heroe tirou: multiplice a textura,
Mal carregavam-na ajoujados pagens
Sagaris e Phegeu; com ella o dono
280Punha em vil fuga os Troas. O terceiro
Dous caldeirões de cobre e umas navetas
De prata obteve com gentis relevos.
Já se ia cada qual suberbo e rico,
De puniceos listões bandada a fronte,
285Quando apenas Sergesto, á fôrça de arte
Do sevo escolho despegado, a barca,
De remos falha, um bórdo raso e debil,
Traz inglorio entre vaias. Qual serpente,
Se no lombo da estrada a colhe obliqua
290Enea roda, ou com seixo grave a esmaga,
Deixando-a semimorta, o viandante;
Fugindo em vão se torce em largos orbes;
Parte feroz sibila, incende os olhos,
Altiva empina o collo; manca em parte
295Pelo golpe, retem-se, e ennovelada
Em seus membros se implica e se revolve:
Tal vogando a nau tarda se movia;
Mas, cheio o panno, á vela a foz remonta.
Salvos navio e gente, alegre Enéas
300A Sergesto não falta: a Cressa Phóloe,
Perita escrava em obras de Minerva,
Doa-lhe, e os gemeos filhos que amamenta.
Findo o jôgo, a relvado ameno valle,
Que outeiros fecham curvos e frondosos,
305Passa Enéas: milhares o acompanham
Ao circo theatral que entremeiava,
E, a turba acommodada, o heroe se assenta.
Com dons que expõe de preço, excita a quantos
Certar queiram na rapida carreira.
310Mistos concorrem Teucros e Sicanos: