Mas na manhã seguinte interroguei Siva e o mancebo, fitando em mim os olhos de veludo, disse:

— Senhor, Arhat deve voltar com os dias suaves, no voo das andorinhas. Viaja. Tê-lo-eis convosco quando abrolharem os primeiros novedios. E nada mais acrescentou.

Desde essa hora, inexplicavelmente, começou a arrefecer no meu coração o esto em que me abrasava. Já desatendia a Maya, desviava-me dos seus passos e, não raro, a sua voz tão querida soava-me em tom importuno.

Passava os dias recolhido em um pensamento único e, à noite, acordando, levantava-me descalço e, de leve, mal aflorando o tapete, ia à porta, descerrava-a sobre a extensa galeria alumiada por lâmpadas opacas que pareciam lírios e magnólias entre as folhagens dos entalhes, deixava-me estar olhando num desejo intenso de ir por aquela escada que se enroscava ao fundo, chegar ao salão, abrir uma pequenina porta, espécie de aditiculo, de onde, por vezes, Arhat surgia.