do vosso leito e... Dormíeis. Três meses longos dormistes.

— E porque durou tanto o meu sono?

— Porque descobristes a face da Morte. Estas palavras, pronunciadas em tom misterioso, deixaram-me aturdido e afluiu-me à memória, sem omissão de uma minúcia, toda a cena da minha última noite — a peregrinação receiosa através das salas fulgentes, o funéreo e pavoroso espetáculo do esquife, o cadáver de Arhat, a aparição à entrada dos meus aposentos.

Arrepiado, sentindo um frio agudo como de ferro que me traspassasse o peito, hirto, quase sem voz, perguntei pelo estranho homem.

— Espera-vos, disse a donzela fitando em mim, com tristeza, os olhos que se anuviavam. Vinde comigo e despedido de tudo que vos cerca e de mim, que vos amo, porque nunca mais tornareis a ver o que ides deixar. Vai abrir-se o casulo à borboleta livre. Ides conhecer o que almejais. Vinde! E, sem mais palavra, adiantou-se lesta, atravessou