— Sim: com quem? Pericles alargou um passo e, em atitude trágica, espetando o dedo, mostrou o jornal em bola junto à balaustrada:

— Leia o telegrama. Está ali!

— Qual telegrama, qual carapuça. Isso é tramoia, política, negociata. O país precisa mas é de braços, braços que trabalhem a terra aproveitando toda essa riqueza inculta que vai por aí além. Deixe-se de bravatas, meu amigo.

— Bravatas?! E remordeu os beiços lívidos. Se o senhor fosse brasileiro... O comendador afuzilou um olhar tremendo ao empreiteiro, inteiriçaram-se-lhe os braços, aduncaram-se-lhe os dedos como em retração de dor e, avançando um passo, rouquejou a estourar de ira:

— Não, não sou brasileiro, mas amo este país muito mais do que o senhor que o quer ensanguentar, arrasar e, fulo de raiva, bramiu: entrega-lo ao inglês! O outro recuou esgazeado. Sim, senhor... Ao inglês! Tenho aqui tudo que é meu, a fortuna e a vida, tudo,