me no desenho, iniciando-me na música ou adestrando-me no manejo das armas.

Uma vez por semana eu subia ao grande salão dourado onde Arhat me esperava, sempre melancólico, cercado de flores.

Era um homem raquítico, meão de altura, amarelo, macilento, quase um esqueleto, mas de um tal domínio nos olhos, à flor do rosto, que eu sempre lhe falava a tremer, ainda que ele me acolhesse com afabilidade meiga, afagando-me, até aliviando minha alma torturada do pesadelo de Dorka, que não passava do limiar da porta.

O salão dourado, vasto e deslumbrante, dava-me a impressão do pleno sol: as paredes, as colunas, o grande lustre, os móveis refulgiam como feitos de luz: tapetes amarelos alfombravam o soalho como finíssima relva luminosa e o teto azul era verdadeiramente um céu de estio, de onde parecia descer, em raios misteriosos, todo aquele brilho que me ofuscava.

O ar ambiente era puro perfume e por toda parte, numa abundância maravilhosa,