ostentavam-se flores de incomparável beleza.

Arhat recebia-me à porta e, antes de acariciar-me, fitava em mim os olhos verrumantes, tomava-me o pulso, auscultava-me o peito. Terminado o exame levantava-me nos braços, com uma força destra que ninguém suspeitaria em corpo tão frágil e o meu dia deliciosamente começava por uma refeição delicada que eu nunca consegui saber como aparecia em uma grande mesa de laca preta, forrada por um pano em que os bordados eram em relevo tão alto que as aves e as flores mais pareciam pousadas que trabalhadas no tecido cor de palha, de um lustro metálico.

A baixela, lavrada em arabescos, com as bordas de filigrana tênue, pesava de arriar o pulso mais robusto. Os manjares eram de escolha e sóbrios: lascas de caça fria acamadas em geléas diáfanas, um legume, ovos, pomos nos próprios galhos, entre frescas folhagens, granizos de neve e água límpida em vasos de cristal enevoados de friúra.