Favos de mel em patenas, bolos aromáticos, pastilhas dissolventes e um licor ambreado que me deixava na boca um saibo a violetas e punha-me nas veias um calor vital, de sol.

Arhat via-me comer e, para acompanhar-me, debicava: um pouco de fruta, um fio de mel e logo que notava a minha saciedade, sorria.

Repentinamente as pálpebras pesavam-me — a impressão era instantânea, de novo erguia-as, mas já a mesa havia desaparecido e no seu lugar ardia, fumando em fio azul, um incensório de bronze, alongava-se uma coluna ou jazia uma otomana, conforme o ponto que o capricho de Arhat escolhera para revelar-me, mais uma vez, o seu prestígio, a que, pela insistência, eu já me havia habituado.

Então descíamos atravessando vastos salões desertos, pátios em que avultavam figuras truculentas — uma mulher com cabeça de elefante, um monstruoso ídolo de cujo tronco, como uma irradiação, partiam numerosos braços em cujos punhos minacíssimos