sombras tumbais... Como o meu espírito pedia-a!

Nessa ânsia, recalcando o instinto, cresci tristemente e tinha quatorze anos quando se partiu o primeiro elo da cadeia férrea que me prendia.

Num rigoroso dezembro — ainda que nos meus aposentos e em toda a casa soturna e erma a temperatura se mantivesse invariavelmente a mesma dos dias suaves da primavera, o frio era grande lá fora, ao tempo tão áspero que Arhat não ousava levar-me ao parque contentando-me com algumas horas aprazíveis na estufa, entre palmeiras e orquídeas tropicais.

Nesse rigoroso dezembro, uma noite, estando eu acordado, vi Dorka soerguer-se, de improviso, em récovo, arquejando, com a mão esquerda espalmada no peito.

A sua cabeça refoufinhada debatia-se ansiosa e o seu rosto hediondo, mais magro e mais amarelo á luz da lâmpada, contraia-se em esgares de angústia.

Um rónquido estrepitoso ralava-lhe a garganta, estalavam-lhe