os ossos às trepidações contínuas, estirava, encolhia as pernas nuas e ressequidas.

Ia levantar-me em socorro da miseranda, mas senti-me como enleado, amarrado ao leito, sem ação sequer, para voltar-me: o corpo desatendia à vontade e os olhos, escancelados de espanto, viam mais claro e os ouvidos hiperestesiados ouviam mais fino.

Reagi em ímpetos baldados e ainda forcejava em vão quando vi abrir-se a porta e Arhat apareceu vestindo um amplo quimão de seda, seguido de um negro agigantado, com um peitoral de couro e saio curto, de lã, cujas franjas chegavam-lhe aos joelhos.

Lesto, inclinou-se, tomou nos braços possantes o corpo flácido de Dorka e saiu com a pressa assustada de um ladrão que fugisse.

Arhat sentou-se aos pés da minha cama e pôs-se a murmurar palavras misteriosas, acenando com a mão em gestos cabalísticos. Depois tirou da cinta uma caçoleta, tomou entre dois dedos um pouco de resina, chegou-