lhe fogo e deu em andar pelo quarto com um murmúrio de prece, agitando o arómata para espalhar o fumo lustral destinado a purificar o recinto. Por último veio a mim, impôs-me a mão à fronte e partiu. E logo desvencilhei-me do apego que me retivera em inércia aflita.

E foi a primeira vez que tive medo. A Morte roçara por mim e, apesar da antipatia que me inspirava a governante — tão forte é o poder do hábito! — senti falta da sua presença, da sua voz esganiçada, dos seus olhos penetrantes e ardentes como ferro em brasa, da sua perseguição sem tréguas, do seu repulsivo aspecto esguio e colubrino.

Percorri vagamente todo o quarto, atônito, num atordoamento que me fazia vacilar indo de encontro aos móveis, mas o sono surpreendeu-me: mal tive tempo de chegar ao leito e logo adormeci pesadamente.

Ao acordar de manhã, à hora do costume, vi aos lados do meu leito, imóveis, duas figuras que me pareciam de mármore tão brancas e impassíveis jaziam. Mas os