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Sibilla, contente, ó brisa,
Fresca brisa do meu norte,
Nesse chão que o barco pisa
Eu não temo a fèa morte.
Incha-lhe os pannos das vélas,
Ainda o seu navegar,
Oh! affasta-me da terra
Em que vivi a penar!

Corre, corre, e sem receio
Meu fraco, débil madeiro
Não temas do mar o seio
Que é o elemento primeiro.
Que t’importa a tempestade,
A rajada e o furacão,
Se na terra ha mais tormentas,
Mais perfidias e traição?! —

Temes acaso a procella
Na immensidão destes mares?
Vê como aquella estrella
Tem fulgôres singulares!
Como é branda e tão serena
Na sua luz a brilhar,
Como induz n’alma do crente
A seu Deos idolatrar!