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ESPUMAS FLUCTUANTES


A poeira da estrada meu passo levantava,
Porém rainh′alma ardente no céo azul marchava
E os astros sacudia no vôo violento
— Poeira que dormia no chão do firmamento.

A pávida andorinha, que o vendaval fustiga,
Procura os coruchéus da cathedral antiga.
Eu— andorinha entregue aos vendavaes do inverno,
Ia seguindo triste p′ra o velho lar paterno.

Como a águia que do ninho talhado no rochedo
Ergue o pescoço calvo por cima do fraguedo,
(P′ra ver no céo a nuvem, que espuma o firmamento,
E o mar — corcel que espuma ao látego do vento...)
Longe o feudal castello levanta a antiga torre,
Que aos raios do poente brilhante sol escorre!
Eil-o soberbo e calmo o abutre de granito
Mergulhando o pescoço no seio do iníniito.
Está de cima olhando com seus clarões vermelhos
Os tectos, que a seus pés parecem de joelhos!...

Não! minh.i, velha tone! Oh! atalaia antiga,

Tu olhas esperando alguma face amiga,

li per{,aintas talvez ao vento, que em ti chora:

« Por (jue nao volta mais o meu senhor d′outr′ora?

Por que nào vem sentar-se no banco do terreiro.

Ouvir das criancinha.′; o riso feiticeiro,