ESPUMAS FLUCTUANTES
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Sei que ali se occultava a mocidade...
Que o idylio cantava noite e dia...
E a casa branca á beira do caminho
Era o asylo do amor e da poesia.

Quando a noite enrolava os descampados,
O monte, a selva, a choça do serrano,
Ouviam-se, alongando a paz dos ermos,
Os sons doces, plangentes de um piano.

Depois suave, plena, harmoniosa,
Uma voz de mulher se alevantava...
E o pássaro inclinava-se das ramas,
E a estrella do infinito se inclinava.

E a voz cantava o tremolo medroso
De uma ideal sentida barcarola...
Ou noshombros da noite desfolhava
As notas petulantes daHespanhola!

III

Ás vezes, quando o sol nas mattas virgens
A fogueira das tardes accendia,
E como a ave ferida ensanguentava
Os píncaros da longa serrania,

M.