ESPUMAS FLUCTUANTES
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Mário
Oh! que me importa?
A tarde doura-me o suor da fronte...
— Ultimo louro desta vida morta!
Crepusc′lo! mocidade! natureza!
Inundai de fulgor meu dia extremo...
Quero banhar-me em vagas de harmonia.
Como no lago se mergulha o remo!
E que amores que sonham as espheras!
A briza é de volúpia um calafrio.
A estrejla sae das folhas do infinito,
Sae dos musgos o verme luzidio...
Tudo que vive, que palpita e sente
Chama o par amoroso para a sombra.
O pombo arrula — preparando o ninho,
A abelha zumbe — preparando a alfombra.
As trevas rolam como as tranças negras,
Que a Andaluza desmancha em mago enleio;
E entre rendas subtis surge medrosa
A lua plena, qual moreno seio.