173


tomando côrpo, a luz, por fim, se projectando e illuminando a Immensidade.

Shakspeare é a Yida por camadas densas, chammejando e clamando, polarisada no abysmante Infinito do Sonho.

Shakspeare é o Grandioso do Bello-Horrivel, do Tragico-Sublime e do Trágico -Grotesco, do liiso -Lúgubre, do Sarcasmo de lama, estrellas′ e ais — é o Deus infernal e o Diabo divino.

Shakspeare é a Flora absurdamente gigantesca, exquisita e ensanguentada do estranho e morno mar mai′ulhoso e maravilhoso dos gemidos, dos soluços, das lagrimas.

Quanto á Observação, essa. é o fatigado, o gasto logar commum dos que muito pouco ou′ mesmo nada possuem além d′ella. É evidente que um artista, desde que chegou a requintes superiores, desde que a sua concepção e forma attingiram gráos elevados, se espiritualisáram, se etherificaram em abstracções, a origem dessas • perfectibilidades, o crysol onde esse artista seapurou foi no da obserÁação, no da analyse. A observação parece a fôrça mais poderosa, a Cjualidade mais particular para os realistas da ultima hora, porque no Realismo a observação é flagrante pelo documento humano, é flagrante nos objectos,..