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Põe — como essa ave nocturna, pairou sobre ti a desillusão de todas as cousas.

E tu, agorá, só ouves os mysteriosos carrilhões da noite, da grande noite do Nada, convulsamente soluçarem e só vês errar os espectros lívidos da Saudade arrastando as longas túnicas inconsuteis e brancas.

De descáro em descáro, de deboche em deboche, as tuas paixões, os teus vicios, monstros leviathanicos, empolgaram-te.

De tal sorte te afundaste, te abysmaste no cháos infernal da malignidade, de tal sorte o crime absurdo, feio, torto, te avassalou supremamente, que a própria origem de lama, de onde surgiste, nega-te, rejeita-te, repelle-te.

Tu não morrerás mais!

Ficarás na terra — immenso Purgatório — regenerando, purificando, crystalisando a tu′alma dessa mancha sinistra e lutulenta, que a envolve toda.

Não morrerás mais! Te perpetuarás, para te remires do teu enorme Peccado, cuja sombra orbicular põe nódoas fundas no sol, doentias penumbras no luar, turva, entenebrece a fina pedraria branca das estrellas.

Entretanto, legiões e legiões de homens deixam-se fascinar por ti; tu os attraes insensivelmente ou calculadamente, os suggestionas, os