Vendo como os espiritos se fallam.
Debalde aqui meditação esteril -
Os sagrados signaes explicar tenta;
Que junto a mim voais conheço, espiritos,
Respondei pois, se vos é dado ouvir-me.
Ah! que deleite, a vista tal, s'estende
De subito por todos os sentidos,
E prazer juvenil, sagrado gosto
Té á medulla ardentes me penetram!
Seria um Deus quem desenhou taes signos,
Que a interna tormenta em mim serenam,
O pobre coração de paz me enchem
E com myst'rioso impulso patenteam
Em torno a mim as forças da natura?
Serei eu Deus? Tão claro .se me torna
Tudo; e patente nestes puros traços
Vejo ante mim a natureza activa.
Agora comprehendo a voz do Sabio:
«Não 'stá cerrado o mundo dos espiritos,
O“coração tens morto e o pensamento!
Eia, discipulo, o terreno peito
No rubor da manhã banha incansavel.»
Como tudo no todo vai fundir-se,
E actuam e vivem uns nos outros