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Apressada não seja a penna tua ;
Anima, cria tudo o pensamento ?
Devera' estar — era ao principio a Força.
No momento porém em que isto escrevo
Diz'me uma voz que aqui não pare. Inspira-me
A final o espirito. Alvitre,
Solução emfim. acho: satisfeito
No principio era a Acção escrever devo.

 

Se te hei de no quarto agasalhar
Deixa os teus ladros, cão,
Cessa de uivar!
Não posso ter tão perto companhia
Que me esteja a inquietar.
É mister que um de nós sáia da cella,
Direito de hospede é força infringir;
Está aberta a porta, podes partir.
Mas que hei de eu ver?
Pode isto sem arte acontecer,
É sombra ou realidade ?
Torna-se o cão enorme na verdade !
Ergue-se com bravura
Não é esta de cão a figura!
Que phantasma fui ao quarto trazer !
Tem de hippopotamo o par'cer,
As presas temerosas, fogo o olhar.
Certo estou de te domar!