LAGARTAS E BORBOLETAS
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— Será que taturana pensa? — duvidou Pedrinho.

— E por que não? Todos os seres pensam, pois todos possuem inteligência. Só variam de grau. Newton possuía uma inteligência do tamanho do Himalaia; um peru a tem do tamanho de uma jabuticaba. Mas não há ser vivo que não possua inteligência.

— Pois vamos ver se realmente as taturanas pensam — concluiu Pedrinho.

Minutos depois estavam todos no pomar, debaixo da pitangueira da Emília. Até tia Nastácia veio, ainda com a colher de pau na mão e a dizer: "Credo! O Visconde ainda acaba virando pai-de-santo".

O aparelho foi colocado em cima dum caixão de querosene que Emília conservava lá com uma porção de guardadinhos dentro. O grande inventor tirou a taturana da pitangueira com um pauzinho e colocou-a sobre o caixão, perto da máquina; em seguida ligou o fio à pele da taturana, e colou o ouvido à tampa Não adicionar a ilutração