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garras do animal, o choque que senti, arruinou-me a saúde.

– Assim devia ser, minha filha; compreendo muito bem, que à vista daquele animal feroz, aqueles gritos e alari­dos... aquele moço aparecendo de improviso como caído do céu para salvar-te, e depois lavado em sangue e quase morto... tudo isso não podia deixar de causar um grande abalo nos nervos e alterar a saúde de uma fraca criança, como tu és. Mas tudo isso já se passou há tanto tempo... já lá vai quase um ano; e em vez de melhorar, te vejo sempre a pior, a pior... oh!... minha filha!... quererás me deixar sozinho neste mundo?...

– Oh? meu pai! não pense nisso. Deus é grande; isto há de passar, creia-me; são ainda efeitos do abalo que senti.

– Há de passar, há de passar, sempre estás a falar assim e cada vez estás a pior. Olha, minha filha, talvez te seja útil mudar de ares, ver novas terras, distrair-te por esse mundo. Já te tenho dito muitas vezes, o mal que te consome não é mais que pura nervosia; o que te convém é distração e não é no deserto desta fazenda que te hás de distrair. Va­mo-nos embora; venderei fazenda, escravos, gado, tudo e ire­mos para Vila Rica, para S. Paulo, para o Rio de Janeiro, para onde quiseres...