“Senhor Eduardo. Confesso e reconheço, que ontem fui estouvado e grosseiro com o senhor. Hoje, pensando melhor, vejo que o senhor tem razão, e que eu sou um desgraçado que nada tem mais que fazer neste mundo. Desisto de tudo; faça de conta que eu nunca existi; e que nunca o senhor me deu juramento nenhum. Adeus! sejam felizes, e rezem por minha alma. Roberto.”
Estas últimas palavras Eduardo suprimiu-as na leitura.
– Pobre de meu primo! – exclamou Paulina, apenas Eduardo acabou de ler; – e eu que supunha que ele não seria capaz de dar esse passo!... que injustiça!... hei de lhe pedir perdão de joelhos... que coração! que alma de anjo!... meu pai!... senhor Eduardo!...
A moça quase não podia mais falar de emoção; soluçava e arquejava comprimindo o peito com as mãos, como temendo que lhe rebentasse.
– Basta, – exclamou o pai já cheio de inquietação; basta, minha filha; não convém que fales mais. Acalma-te; o céu acaba de fazer tudo para a tua felicidade; agora o que precisas é saúde... vamos; deita-te e descansa... nada de conversas por ora;... retiremo-nos, meus senhores.
– Para quê, meu pai?... eu acho-me tão contente... e tranqüila...